22 de novembro de 2022

Com expansão da energia solar e demanda por insumos agrícolas, importações chinesas avançam no Brasil

Embaladas pela expansão da energia solar e pelo aumento da demanda por insumos agrícolas, as importações chinesas avançaram neste ano e superaram a média das importações totais brasileiras. 

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/ME) apontam que, entre os meses de janeiro e agosto deste ano, a importação de produtos chineses somou US$ 39,74 bilhões, com alta de 35,1% em relação ao ano passado. 

Essas importações aumentaram, principalmente, por conta dos painéis e equipamentos solares. 

O motivo é simples: a China, por enquanto, é uma das únicas fornecedoras desses itens e vendeu ao Brasil cerca de 95% do que o país importou em painéis fotovoltaicos, entre janeiro e agosto.

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Isso ocorre basicamente porque o país asiático se comprometeu a tornar-se neutro na emissão de carbono até 2060 e, por isso, apostou nesse tipo de energia renovável, desenvolvendo tecnologias e, consequentemente, diversificando a exportação.

Ao mesmo tempo, o mercado de energia solar está bastante aquecido no Brasil. 

No começo deste ano, nosso país ultrapassou a marca histórica de 13 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em sistemas de médio e pequeno portes instalados em telhados, fachadas e terrenos e em grandes usinas centralizadas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

De acordo com a entidade, desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de 66,3 bilhões de reais em novos investimentos, 17,1 bilhões de reais em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 390.000 empregos. Com isso, também evitou a emissão de 14,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Insumos

Ainda falando sobre a importação chinesa, os insumos agrícolas, como inseticidas e fertilizantes, resultaram em US$ 4,46 bilhões de janeiro a agosto deste ano.

Segundo especialistas, o aumento da demanda por esse tipo de material ocorre devido à escassez desses produtos em vários países, que foi intensificada pela guerra entre Ucrânia e Rússia. 

Dessa forma, o volume importado do país asiático aumentou 13% este ano.