28 de julho de 2023

Mineradoras querem fazer do Brasil uma potência global para a transição energética

Os stakeholders da mineração brasileira buscam tornar o país uma potência global na produção de minerais estratégicos para a transição energética e segurança alimentar.

Reconhecido mundialmente pela produção de minério de ferro de alta qualidade, o Brasil também possui grande potencial para cobre, grafite, lítio, níquel, fosfato, potássio, urânio e elementos de terras raras.

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“O Brasil já está no radar dos fundos de investimento globais interessados em explorar o potencial do país em minerais associados à transição energética”, disse à BNamericas Miguel Nery, diretor de exploração mineral da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM).

“Também é importante mencionar que, além do potencial, vemos sinais do governo de reforço na regulamentação do setor para atrair mais investimentos”.

Como parte desses esforços, funcionários do governo e líderes empresariais apresentaram o potencial do país na maior convenção de exploração e mineração do mundo, a Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC 2023), realizada nesta semana em Toronto.

“O Brasil tem um potencial imenso e, se concretizado, pode nos tornar players globais em todas essas commodities”, declarou em comunicado Marcelo Esteves Almeida, chefe do Departamento de Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

O SGB elaborou um guia contendo mapas com a localização de jazidas minerais críticas para a transição energética e segurança alimentar, vinculadas à produção de fertilizantes.

“É a primeira vez que preparamos um material dessa natureza, sobre o potencial desses minerais no Brasil, para a PDAC. Mostramos a localização, contexto geológico e tipos de jazidas”, explicou Guilherme Ferreira, responsável pela área de geologia econômica do SGB.

O guia pode ser acessado aqui.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, sendo a maior parte exportada para a China.

Agora, o país busca diversificar sua indústria de mineração e atrair investimentos.

“A escala e a composição da demanda por minerais e metais já estão mudando como resultado dessa tendência [a transição energética]. Para que o Brasil seja compatível com seu potencial, é fundamentalmente necessário estabelecer parcerias de capital público e privado para investimentos em mineração, inclusive envolvendo a bolsa de valores”, disse Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), em declaração durante sua participação na PDAC.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o Brasil possui hoje a sétima maior reserva de urânio do mundo e está entre os seis maiores países na extração mundial de lítio, além de possuir 22% das reservas mundiais de grafite. O país também é o terceiro maior em termos de reservas de níquel.

 

Fonte: BN Americas